Espaço
Físicos propõem existência de Universo paralelo
Joan Robinson - 18/06/2012
O desaparecimento repentino de nêutrons, que não pode ser explicado pela física atual, pode ser o sinal da existência de um universo-espelho. [Imagem: Andrey Prokhorov/Site Inovação Tecnológica]
Partículas-espelho
Uma anomalia no comportamento de partículas subatômicas comuns pode ser o sinal da existência de partículas-espelho, que transitam entre o nosso Universo e um universo paralelo.
O fenômeno também poderia oferecer uma explicação para a matéria escura, como hoje os cientistas chamam um ponto de interrogação que representa a massa que parece estar faltando no Universo.
Dois cientistas italianos usaram a hipótese da existência das partículas-espelho para explicar uma anomalia nos experimentos, onde os nêutrons parecem desaparecer.
A existência dessa matéria-espelho tem sido sugerida em vários contextos científicos nos últimos tempos, incluindo a procura de candidatos adequados para explicar a matéria escura. Os físicos Zurab Berezhiani e Fabrizio Nesti, da Universidade de L'Aquila, reanalisaram os dados experimentais obtidos pelo grupo de pesquisa de Anatoly Serebrov, no Instituto Laue-Langevin, França.
Mistério dos nêutrons que desaparecem
Eles mostraram que a taxa de perda de nêutrons livres muito lentos parece depender da direção e da intensidade do campo magnético aplicado.
Essa anomalia não pode ser explicada pela física conhecida.
Os cientistas acreditam que a perda de nêutrons pode ser interpretada à luz de um mundo paralelo hipotético formado por partículas-espelho.
Os nêutrons parecem estar oscilando na fronteira entre dois universos paralelos, indo e voltando de um para o outro. [Imagem: Berezhiani/Nesti]
Cada nêutron teria a capacidade de fazer uma transição para esse seu gêmeo invisível, e voltar, oscilando de um mundo para o outro.
A probabilidade dessa transição foi calculada como sendo dependente da presença de campos magnéticos.
Assim, o mundo invisível das partículas-espelho poderia ser detectado experimentalmente.
Essa oscilação nêutron-espelho-nêutron pode ocorrer em uma escala temporal de poucos segundos, segundo os pesquisadores.
Matéria escura
A possibilidade desse desaparecimento rápido de nêutrons - muito mais rápido do que o decaimento de nêutrons, com seus 10 minutos de duração - embora surpreendente, não pode ser excluído pelos atuais limites experimentais e astrofísicos.
Esta interpretação é sujeita à condição de que a Terra possui um campo magnético espelho da ordem de 0,1 Gauss.
Tal campo pode ser induzido por partículas-espelho flutuando na galáxia - algo como a matéria escura.
Hipoteticamente, a Terra poderia capturar a matéria-espelho por meio de interações fracas entre as partículas comuns e as partículas desses mundos paralelos.
Espaço
Telescópio futurístico enxergará porção extrema do Universo - Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/06/2012
O NUSTAR irá sondar os mais quentes, mais densos e mais energéticos objetos no espaço, o que inclui buracos negros e restos de estrelas que explodiram. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Raios de alta energia
Está tudo pronto para o lançamento do futurístico telescópio Nustar (Nuclear Spectroscopic Telescope Array).
O Nustar irá sondar os mais quentes, mais densos e mais energéticos objetos no espaço, o que inclui buracos negros e restos de estrelas que explodiram.
Será o primeiro telescópio espacial a capturar imagens nítidas na faixa de raios X de alta energia (de 6 a 79 keV), dando aos astrônomos uma nova ferramenta para o entendimento dessa porção mais extrema do nosso Universo.
Nossa visão do Universo nessa janela espectral tem sido limitada porque os telescópios atualmente em órbita não possuem sistemas ópticos de focalização verdadeiros - eles usam aberturas codificadas que têm "ruídos" de fundo intrinsecamente elevados e sensibilidade limitada.
Como os elementos químicos são criados
A missão primária do Nustar deverá durar dois anos, com pelo menos três objetivos principais.
O telescópio fará um censo de estrelas colapsadas e buracos negros de diferentes tamanhos, rastreando regiões nas proximidades do centro da Via Láctea e em regiões mais profundas, além da nossa galáxia.
O segundo objetivo será mapear materiais recém-sintetizados nos remanescentes de supernovas jovens, para tentar compreender como as estrelas explodem, por que elas explodem, e como os elementos químicos são criados.
• Por que nossas supernovas não explodem?
Finalmente, o Nustar deverá elucidar o que supre a energia dos jatos relativísticos de partículas das galáxias mais ativas, que possuem buracos negros supermassivos em seus centros.
Avião, foguete e espaço
O lançamento do Nustar está programado para o dia 13 de Junho, na base de Kwajalein, no Havaí.
O telescópio irá a bordo de um foguete Pegasus XL, montado na asa do avião L-1011.
Quando em órbita, o Nustar irá expandir sua longa "cauda", que lhe permitirá atingir uma distância focal de 10 metros.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=telescopio-nustar&id=020130120602
Meio ambiente
Experimento no espaço está revelando o interior da Terra
Com informações da ESA - 15/06/2012
O experimento Geoflow, a bordo da Estação Espacial Internacional, está servindo para validar e melhorar as simulações de computador, dando informações sobre terremotos e vulcões.[Imagem: ESA]
Interior desconhecido
Um experimento que está sendo realizado a bordo da Estação Espacial Internacional está ajudando a elucidar questões sobre as condições no interior da Terra.
A cerca de 400 km de altitude, o experimento Geoflow está ajudando a compreender o manto da Terra, um fluido semissólido 3.000 km abaixo dos nossos pés.
Compreender o que se passa debaixo do manto terrestre é de grande interesse para os geofísicos porque isso poderá ajudar a explicar os terremotos e os vulcões.
As diversas camadas altamente viscosas variam com a pressão, temperatura e profundidade, induzindo movimentos que chegam à superfície.
Estudar o interior da Terra não é uma tarefa fácil porque a região não está acessível à observação direta: a maior profundidade já alcançada por perfuração foi um pouco mais de 12 km.
O experimento resultará em benefícios para a indústria, que aproveitará a moderna tecnologia desenvolvida em sua construção para melhorar giroscópios, rolamentos e bombas de centrifugação. [Imagem: ESA]
Simulando a gravidade
Como não dá para examinar as profundezas da Terra diretamente, seis equipes de pesquisadores, coordenadas pela Universidade de Cottbus, na Alemanha, estão tentando recriar aspetos do escoamento do manto em laboratório.
Estes experimentos vão permitir validar e melhorar os modelos computacionais usados pelos cientistas para calcular o que está acontecendo no interior da Terra.
Mas isto traz um outro problema: como podemos simular a gravidade da Terra agindo sobre o manto sem sofrer a influência da própria gravidade da Terra?
A solução é mandar uma experiência ao maior laboratório sem gravidade disponível: a Estação Espacial Internacional.
Para isso, a ESA (Agência Espacial Europeia) patrocinou o desenvolvimento de um experimento que simula a geometria do nosso planeta.
O líquido do experimento Geoflow move-se com a diferença de temperatura entre as duas esferas, simulando o que ocorre no manto da Terra. [Imagem: ESA]
Geoflow
Chamado Geoflow, o dispositivo contém duas esferas concêntricas, com um líquido entre elas.
A esfera interior representa o centro da Terra, a exterior a crosta. O líquido, obviamente, é o manto.
Livre da influência da gravidade da Terra, um campo elétrico de alta tensão cria uma gravidade artificial para a experiência.
À medida que as esferas rodam lentamente, criando uma diferença de temperatura entre as camadas, o movimento do líquido é monitorado de perto. As temperaturas podem ser controladas com uma precisão de décimo de grau.
Os primeiros resultados mostraram fluxos de convecção subindo em direção à camada exterior, tal como previsto nas simulações computacionais.
Plumas em forma de cogumelo nos fluidos expostos a fortes diferenças de temperatura poderão explicar a sequência de vulcões havaianos, no Pacífico Sul.
Mas uma melhor compreensão do nosso planeta não será o único resultado do Geoflow. Os resultados deste trabalho poderão beneficiar a indústria ao melhorar os giroscópios esféricos, rolamentos, ou as centrifugadoras, por exemplo.
Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=experimento-espaco-revelando-interior-terra&id=010125120615&ebol=sim
Robótica
Robô-criança aprende a falar conversando com as pessoas - Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/06/2012
O robô iCub, batizado de DeeChee, comporta-se como uma criança entre 6 e 14 meses de idade. [Imagem: Lyon et al./Plos One]
Primeiras lições de vida
Em 2008, pesquisadores da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, começaram a ensinar um robô a falar da mesma forma que os pais ensinam uma criança.
Em 2010, o robô já havia aprendido a interagir emocionalmente, demonstrando algumas expressões faciais pré-determinadas.
Agora, finalmente os cientistas parecem estar se aproximando de seu objetivo inicial. Programado com comportamentos típicos de crianças entre 6 e 14 meses de idade, o robô desenvolveu o que os pesquisadores chamaram de "princípios linguísticos rudimentares", ao interagir com um participante humano.
Robô que aprende a falar
Os participantes humanos que interagiram com o robô não eram pesquisadores envolvidos no projeto, eram voluntários que usaram suas próprias palavras, em vez de termos predefinidos. Os pesquisadores orientaram os voluntários a conversarem com o robô como se estivessem conversando com uma criança pequena.
O resultado é que, em poucos minutos, o robô deixa de balbuciar sílabas aleatórias, como fora programado, e passa a produzir fonemas inteligíveis, chegando a pronunciar o nome de algumas formas e cores.
O resultado é significativo, dadas as limitações próprias do software: o robô é programado para emitir fonemas. Assim, ele sempre vai pronunciar uma sílaba, já que não há forma de fazê-lo pronunciar consoantes desacompanhadas de vogais. Isso limita o desenvolvimento de um falar mais aprimorado, mas foi bastante bom para uma criança em seus primeiros balbucios.
Aquisição da linguagem
Caroline Lyon e seus colegas afirmam que, além do desenvolvimento dos próprios robôs, o estudo pode ser útil para o entendimento da aquisição da linguagem em humanos, um assunto até hoje altamente controverso. "Sabe-se que as crianças são sensíveis à frequência dos sons na fala, e esses experimentos mostram como essa sensibilidade pode ser modelada e contribuir para o aprendizado de palavras pelo robô," afirmou.
Bibliografia:
Interactive Language Learning by Robots: The Transition from Babbling to Word Forms.
Caroline Lyon, Chrystopher L. Nehaniv, Joe Saunders
PLoS ONE
Vol.: 7(6): e38236
DOI: 10.1371/journal.pone.0038236
Fonte http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=robo-crianca-aprende-falar-conversando-pessoas&id=010180120615&ebol=sim
Plantão
Energias renováveis crescem na matriz elétrica brasileira - Com informações da EPE - 12/06/2012
O grande destaque coube à energia eólica, em franca expansão no Brasil. [Imagem: Balanço Energético Nacional/EPE]
Balanço Energético Nacional
A participação de fontes renováveis de geração de eletricidade ampliou-se em 2,5% na matriz elétrica brasileira no ano de 2011, chegando a 88,8%.
De acordo com os dados preliminares do Balanço Energético Nacional, compilado pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE, houve queda nos biocombustíveis, com redução o aproveitamento da biomassa da cana-de-açúcar.
Por outro lado, o ano de 2011 apresentou condições hidrológicas favoráveis, o que assegurou aumento de 6,3% na produção hidrelétrica.
Embora contando ainda com uma presença pequena no total da oferta interna de energia elétrica, um dos destaques da atual matriz brasileira de eletricidade é a energia eólica, cuja geração totalizou cerca de 2,7 mil gigawatts-hora (GWh) em 2011 - na comparação com 2010, a expansão da produção através dos ventos alcançou 24,2%.
O elevado percentual de crescimento prenuncia o que deve ocorrer de forma ainda mais expressiva nos próximos quatro anos, quando novos parques - já em construção - entrarão em operação.
Com o crescimento da participação renovável na matriz elétrica nacional em 2011, o Brasil amplia ainda mais sua posição de liderança em geração de energia limpa se comparado ao conjunto das demais nações do mundo e aos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) - majoritariamente desenvolvidos.
A hidreletricidade é a grande responsável pela liderança mundial que o Brasil possui no campo das energias renováveis. [Imagem: Balanço Energético Nacional/EPE/AIE]
Demanda e oferta de energia
A oferta interna de energia (total da energia demandada no país) cresceu no ano passado 1,3% em relação a 2010, atingindo 272,3 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep).
Foi uma evolução menor que a do Produto Interno Bruto, que, conforme o IBGE, expandiu-se 2,7%. A demanda de energia per capita ficou em 1,41 tep por habitante em 2011, aumentando 0,5% em relação a 2010.
O consumo final de energia (pelas pessoas e pelas empresas) cresceu 2,6% - mais, portanto, que o crescimento da oferta interna - alcançando 228,7 milhões de tep.
A diferença de 43,7 milhões de tep entre a oferta interna de energia e o consumo final está associada às perdas e aos processos de transformação da energia primária em energia secundária (como nos usos destinados à geração de energia elétrica ou à produção de derivados de petróleo).
Em 2010, a diferença entre a oferta interna e o consumo foi maior que em 2011, de 45,4 milhões de tep. Isso indica uma redução nas perdas entre um ano e outro.